Hoje, 4 de março, é o Dia Mundial da obesidade e a data tem como propósito conscientizar, melhorar políticas de combate a esse problema de saúde e promover o debate para prevenção e tratamento.
Por isso, neste post trouxemos fatores que desencadeiam o acúmulo de gordura abdominal, riscos relacionados à outras doenças e estratégias para prevenir. Continue a leitura e confira!
O que desencadeia o acúmulo de gordura abdominal?
Existem vários fatores, dentre eles:
- Biotipo (o formato do corpo, que é um fator genético);
- Status dos hormônios sexuais (por exemplo, a testosterona aumenta a predisposição a acumulo de gordura abdominal, enquanto o estrogênio protege desse acúmulo; em mulheres na menopausa que não fazem reposição hormonal, a falta do estrogênio pode predispor ao acúmulo)
- Hormônio cortisol – o excesso do mesmo pode causar aumento da adiposidade abdominal, como ocorre por exemplo em pessoas utilizando medicamentos a base de corticóides (conhecidos como “cortisona”), em alguns casos de doenças adrenais e na glândula hipófise e também nos casos de estresse crônico
É importante lembrar que nem sempre o acúmulo de gordura abdominal está relacionado a um IMC elevado, ou seja, não é necessário estar acima do peso para ter um aumento de gordura abdominal.
Quais são os principais fatores de risco associados ao acúmulo de gordura abdominal?
Os principais fatores de risco tem relação com o estilo de vida, como por exemplo, o sedentarismo, consumo excessivo de gordura saturada e gordura trans e também o consumo de carboidratos refinados (açúcares e farinhas).
Os distúrbios do sono também são capazes de influenciar nesse risco, portanto, é importante avaliar não só a quantidade mas também a qualidade do sono.
Como o acúmulo de gordura abdominal pode estar associado às doenças crônicas?
Diferentemente da gordura chamada “subcutânea” (que fica logo abaixo da pele), a gordura abdominal pode inflamar e levar a um estado chamado “metainflamação sistêmica”.
Esse estado acontece quando vários fatores se somam: as células desse tecido adiposo (gorduroso) se inflamam, liberando toxinas para a circulação; a presença de niveis elevados de gordura (ácidos graxos livres) provenientes da alimentação e também a presença de toxinas produzidas por certos tipos bactérias intestinais (que estão mais comumente presentes em pessoas que tem uma alimentação rica em gordura saturada e carboidratos refinados).
Essa soma de fatores leva a um aumento de marcadores (citocinas) inflamatórias no sangue, o que predispõe a formação de placas de gordura nas artérias, disfunção do nosso sistema imunológico, resistência a insulina e, consequentemente, doenças como a doença do coração ou AVC, câncer e diabetes.
Quais são as estratégias eficazes para prevenir a gordura abdominal e, consequentemente, reduzir o risco de outras doenças?
O primeiro passo é trabalhar justamente em mudanças do estilo de vida. Realizar atividade física regularmente, reduzir o consumo de gordura saturada, gordura trans e carboidratos refinados e também cessar o tabagismo são passos muito importantes.
Também é importante aumentar o consumo de vegetais integrais, ricos em fibras e antioxidantes naturais, que são uma forma importante de melhora da metainflamação sistêmica e também da microbiota intestinal.
Existem diferenças nos fatores de risco da gordura abdominal entre homens e mulheres?
Sim. O fator hormonal explica grande parte dessa diferença, mas também fatores genéticos. Por isso, mesmo em pessoas que não possuem hormônios sexuais (como mulheres na menopausa e homens hipogonádicos) tem diferentes riscos.
Como a atividade física regular pode contribuir para a redução da gordura abdominal e prevenção de doenças associadas?
A atividade física regular atua em vários dos fatores relacionados a gordura abdominal.
Primeiramente, ela auxilia na perda de peso em quem está acima do peso e, ao reduzir a quantidade de gordura corporal global, reduz também a gordura abdominal.
Por outro lado, ela também atua independentemente da perda de peso, pois é capaz de reduzir a inflamação e a resistência à insulina.
A prática regular de exercícios também melhora o estresse (reduzindo o cortisol) e é capaz de melhorar os níveis de hormônios sexuais em pessoas com disfunções relacionadas a essa inflamação.
Quais são os hábitos alimentares que podem ser adotados para evitar o acúmulo de gordura abdominal e promover a saúde a longo prazo?
Algumas dicas para adotar no seu dia a dia:
- Beber água suficiente;
- Consumir pelo menos 30g de fibras por dia (que é a média recomendada pela organização mundial de saúde). Para isso, inclua:
- Frutas no café da manhã;
- Hortaliças e legumes no almoço e jantar, além frutas de sobremesa;
- Prefira cereais integrais (como arroz ou pão);
- Consuma leguminosas (como feijões, ervilha, lentilha, grão de bico).
- Evite frituras, reduza o óleo no preparo dos alimentos e limite o consumo de gorduras animais.
- Evite também excesso de industrializados no seu dia-a-dia, preferindo alimentos naturais e integrais.
Conclusão
Você já sabe, mas não custa lembrar:
Estimular a redução da gordura abdominal (visceral) é uma prática para melhorar a saúde, que jamais deve ser confundida com a patologização do corpo gordo.
Conforme falamos anteriormente, uma pessoa pode ter aumento de gordura abdominal sem ter um IMC aumentado, assim como uma pessoa gorda pode ter uma taxa adequada de adiposidade visceral sem riscos à saúde. É muito importante estimular a busca por saúde sem repercutir padrões ou pressões estéticas. Aqui na Tribu somos contra a gordofobia!