A hiperprolactinemia é uma condição que costuma ser observada em mulheres trans que iniciam sua jornada de hormonização. Parte desse efeito é esperada, devido à complexa fisiologia do eixo hipotálamo-hipófise e ao impacto do estrogênio na produção de prolactina. No entanto, novas pesquisas estão desvendando outros fatores que podem contribuir para esse fenômeno.
Um estudo recente publicado na International Journal of Transgender Health (1) sugere que o componente progestogênico pode ter um impacto maior do que o estrogênio no aumento dos níveis de prolactina. O estudo examinou os efeitos dos antiandrógenos nos níveis de prolactina entre mulheres trans que faziam terapia com estrogênio, e concluiu que medicamentos com atividade progestogênica, como a ciproterona, poderiam ser um fator de elevação da prolactina.
Apesar dessas descobertas, é crucial lembrar que cada paciente é único e deve ser avaliado cuidadosamente. Em pacientes que apresentam hiperprolactinemia, a investigação de outras possíveis causas se torna necessária a partir de um certo nível de prolactina. O acompanhamento contínuo e individualizado é vital para garantir que cada paciente receba o cuidado de que precisa.
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Referências bibliográficas
- Wilson LM, Baker KE, Sharma R, Dukhanin V, McArthur K, Robinson KA. Effects of antiandrogens on prolactin levels among transgender women on estrogen therapy: A systematic review. Int J Transgend Health. 2020 Sep 17;21(4):391-402.