Preconceito nos Serviços de Saúde: um preditor de Automedicação em pessoas Trans

A jornada de afirmação de gênero é única para cada indivíduo, muitas vezes envolvendo uma variedade de abordagens terapêuticas, incluindo a Terapia de Hormonização Trans.

Diversas evidências científicas respaldam o suporte médico à afirmação de gênero, demonstrando a importância do acesso a tratamentos de saúde afirmativos e seguros. Continue a leitura para aprofundar nesta importante discussão!

Estigma no âmbito da política de saúde e o uso de hormônios não prescritos em pessoas Trans

Em países como o Brasil, protocolos e legislações garantem que pessoas trans tenham acesso a cuidados de saúde, tanto pelo Sistema Único de Saúde (SUS) quanto pela saúde suplementar. No entanto, apesar dessas proteções legais, muitas pessoas trans continuam enfrentando preconceito e discriminação nos serviços de saúde, e essa estigmatização pode ser um grande obstáculo para o acesso a cuidados adequados.

Um estudo recentemente publicado no Annals of Behavioral Medicine examinou a relação entre o estigma no âmbito da política de saúde e o uso de hormônios não prescritos entre as pessoas trans nos Estados Unidos.

O estudo concluiu que o estigma associado à política de saúde estava positivamente associado ao uso de hormônios não prescritos. Esse uso, muitas vezes resultado do preconceito experimentado em um ambiente de saúde, pode aumentar o risco de problemas de saúde entre a população trans.

A automedicação, especialmente quando envolve associação medicamentosa e uso de doses altas, pode apresentar riscos significativos para a saúde das pessoas trans e não binárias. A falta de supervisão médica adequada e o uso não regulamentado de hormônios podem levar a complicações de saúde e efeitos adversos.

Conclusão

Em resumo, a terapia de hormonização trans, quando feita de forma segura e sob supervisão médica, é respaldada por evidências científicas e pode ser um fator de proteção para pessoas trans e não binárias. É crucial que os profissionais de saúde ofereçam um atendimento acolhedor e livre de preconceitos para garantir que todos tenham acesso aos cuidados de que necessitam.

Por fim, é importante relembrar que o preconceito e a discriminação não têm lugar em nossa sociedade – muito menos nos serviços de saúde. Devemos trabalhar juntos para garantir que todos tenham acesso aos cuidados de saúde de que necessitam, independentemente de sua identidade de gênero.

Referência Bibliográfica:

Hughes LD, et al. State-Level Policy Stigma and Non-Prescribed Hormones Use among Trans Populations in the United States: A Mediational Analysis of Insurance and Anticipated Stigma. Annals of Behavioral Medicine, Volume 56, Issue 6, June 2022, Pages 592–604. Disponível em: https://doi.org/10.1093/abm/kaab063.